Você traçou em nossa substância a dualidade, e de tão profundo corte, só resta agora a carne magoada.
Com muito custo nós conseguimos alinhar nossas mentes e compreender tudo. Foi duro descobrir o momento de te deixar, ao mesmo tempo que nada mais podia ser feito, não podíamos mais viver da sua ilusão. Sua carapaça ruiu, a nossa ignorância foi dissolvida e nada se sustentou, nem as palavras bonitas que costumavam apagar todo o resto.
E que pena, que pena que toda a beleza que víamos não pertencia verdadeiramente a você e sim aos nossos olhos. Que a mestria, que ainda existe, não nos acerte mais.
Você quebrou as colunas da nossa casa, lentamente, uma a uma, pancada atrás de pancada, até não restar quase nada além de poeira, desordem e lembrança.
Ainda que flagelada, eu só posso querer que o seu combustível seja mais que seu desejo de comprovação, que o que você comunique seja o seu real traquejo e que a sua poesia te mova até onde você desejar aportar.
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