Minhas paredes continuam vazias de você.
Eu quero suas cores por todas as partes,
Cores que você me cantou noutro dia.
Aquelas, que você diz ser:

cores de amor.

Cadê teu cheiro que não está aqui?

A coisa toda ficou séria demais pra mim,
não estou conseguindo aguentar, eu sigo.
Eu leio, vejo, procuro coisas que me cortam como uma navalha,
devidamente bem afiada, nos últimos dias ela se aliou a uma porção de giletes.
Pra que tudo isso? Parece que eu gosto de me machucar, que coisa!
Tudo me parecia algo tão superficial, puramente carnal...
É tão cruel, mesmo pra mim que não acreditava em nada disso.
Não, eu não estou tendo auto-piedade, mas sabe,
dói mesmo saber que você tem ela e que eu tenho apenas a distância.
Não tenta entender, não me faz pergunta.
Eu não quero me envolver, eu quero ser fiel a tudo que eu conquistei antes de você chegar,

mas eu me traí e não sinto culpa.
Bom, eu não esperava estar de olhos marejados hoje,
muito menos por você.
Acontece é que me deu um estalo e eu pensei, “caramba! Ta tudo errado aqui, o que eu to fazendo?”
Era tarde demais. Eu adoro tudo em você.
Você com ela e eu aqui, achando que uma hora você aparece pra dizer
um “oi”, e eu vou ficar feliz, mas você nem vai imaginar a proporção.
E o pior é que eu não quero acabar com isso, pelo contrário, eu quero mais e mais!
Isso é terrível, eu sei. Mas não posso tolerar o que estou sentido.
Não digo que é muito, mas suficiente pra me abalar e
sentir medo de que as coisas fujam do meu controle.
É madrugada eu já tomei algumas, amanhã eu já esqueci tudo.
Você não vai estar aqui, não vai saber que eu chorei e se eu tiver sorte
me fará sorrir e te desejar ainda mais.


Enquanto isso eu continuo com dor nos olhos e lágrimas no peito.
Madrugada passada meu desejo de te ter aqui foi tão grande,
eu podia jurar que você esteve aqui.
Sonhei com você, mas eu estava acordada, meu bem.

Eu estou com muito medo disso tudo
e ao mesmo tempo eu gosto tanto.
Mal posso esperar pra que meu coração
salte de vez pela garganta.