Havia algum tempo que eu não tomava um bom banho de chuva como hoje.
Seria maravilhoso se pra todos os problemas eu tivesse uma chuva guardada no bolso.


Uma parte de mim quer teu bem
e a outra quer também.

Eu te... é.
Se eu pudesse imaginar o quanto crescer é ruim,
Teria ficado mais vezes embaixo da mesa,
Aberto mais guarda-chuvas dentro de casa,
Deixado todos me pularem... Sem pular de volta! 

Não aceite minhas desculpas.

Bem-te-vi na soleira da velha casa cansada
de olhos profundamente caídos,
senti apertar-me o peito,
eu já sabia todos os motivos do peso daquele olhar.
E outra vez eu não quis te ouvir,
eu não quis ficar.
Não aceite minhas desculpas,
eu não quero piorar.
E não me diga “tudo bem”
se não está.
Hoje eu sou o que você não quis pra mim,
já tentei ser melhor,
mas eu caminho na contramão
da sua mão, que insiste em querer me guiar.
Tudo aquilo que é bom em mim
é alimentado por você,
e aquilo que te fere
é o que eu desejo matar.
Não dá, também faz parte do que eu decidir ser.
Só queria que aquele seu sorriso
voltasse a me trazer aquela paz de brisa bonita, de nova manhã.
Eu não queria crescer,
eu não queria te decepcionar.
Não aceite minhas desculpas,
elas não valem mais.