Pesadelo

Essa tarde deitei um pouco pra assistir tevê e em virtude de meu sono de adolescente que estuda de manhã, acabei cochilando.
Em menos de dez minutos de cochilo tive um dos meus piores pesadelos da minha vida.
Foi algo muito estranho, até então nunca havia me ocorrido algo parecido.
Era algo que envolvia meu lado religioso, o que me perturbou um pouco, já que minha fé não é lá das maiores e em meu julgamento me considero uma pessoa que “peco” muito, por assim dizer.
Eu tenho meus conceitos, minhas curiosidades, meus misticismos ao que desrespeita a crença. Eu só não entendo o porque o assunto me incomoda tanto.
Eu procurei desesperadamente o resto da tarde uma resposta pra esse sonho maluco que eu tive. Fiquei pensando que podia ter uma ligação com umas coisas estranhas e macabras que aconteceram durante a madrugada e estenderam-se pela manhã e tarde até a hora desse pesadelo, mas preferi não pirar pensando nisso.
Resumindo um pouco, eu me lembro de ter acordado assustada só que pensando que ainda estava dormindo e sem entender muito bem o que estava acontecendo. Eu havia sonhado com várias coisas que me lembraram meu passado, certo envolvimento com família e principalmente as coisas que eu aprendi na época em que resolvi conhecer todas as religiões possíveis. Então eu senti uma sensação estranha no meu corpo, como se eu já não tivesse mais o controle dele, mesmo assim eu sentia que ele formigava e eu o deixava devagar. Tentava desesperadamente voltar pro meu corpo, mas sem sucesso. Não senti dor, mas uma agonia. Isso aconteceu muito rápido, mas a minha percepção de tempo é de que levou horas. Enquanto eu sentia menos o meu corpo formigar e sentia mais a sensação de estar o abandonando, mesmo lutando pra permanecer nele, eu ouvia uma voz. Eu sentia essa voz exatamente no meu ouvido esquerdo e eu podia jurar que percebia exatamente a respiração enquanto ela falava, era uma voz apavorante, dizia palavras confusas, uma língua estranha, que eu não faço a minima idéia do que seja e o que quis dizer. De repente eu senti um sacode, como deve ser quando se está reanimando uma pessoa em coma no hospital. Aí eu abri os olhos e minha primeira reação foi cobrir minha cabeça de medo. Depois foi a confusão de não saber se aquilo tinha sido um sonho, já que eu ainda sentia o meu corpo formigar sutilmente e também sentia a presença de alguém perto de mim. Aquela sensação de quente quando alguém fala no seu ouvindo, e como eu estava sozinha em casa isso me deixou muito mais apavorada.
Aos poucos fui colocando a cabeça pra fora da coberta, olhando em volta cada canto do meu quarto, e respirei aliviada por concluir que pelo menos agora estava tudo mais calmo.
Mesmo assim passei o resto da tarde com medo e sentindo arrepios como se fossem de frio. 

A verdade é que eu me entupi de mentiras, me enganei mesmo, com várias “teorias” do que poderia ter provocado aquelas sensações.
Eu sou muito covarde com relação a coisas que eu não posso entender direito. Eu continuo achando que é melhor assim. 
Talvez esse tipo de coisa nem seja pra gente entender, talvez tenha sido um tipo de teste, sei lá, não vale a pena ficar remoendo isso agora. Se um dia eu tiver que entender eu vou entender. Eu prefiro pensar assim, é assim que eu me sinto melhor.

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